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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

AS BEBIDAS DESTILADAS


Um pouco de História
 


            Bebidas fermentadas como o vinho e a cerveja, remontam aos primórdios da humanidade. Não existem documentos que comprovem, mas a história oferece elementos para se acreditar que as bebidas fermentadas foram daquelas invenções do homem que se deram por acaso, provavelmente há 7.000 ou 8.000 anos, no Oriente Médio, quando alguém esqueceu um punhado de grãos ou frutas amassadas que, fermentados, viraram um líquido com teor alcóolico.

         Os primeiros registros sobre a fermentação vieram do Egito Antigo. Os egípcios inalavam vapores de líquidos fermentados diretamente do bico da chaleira, com o intuito de curar moléstias. Na antiga Babilônia, em 1750 a.C., o Código de Hamurabi já mencionava proibições para sacerdotisas freqüentarem tavernas.

         Durante séculos a humanidade saboreou suas bebidas fermentadas, os babilônios com sua cerveja, os gregos com o vinho e os índios brasileiros com o caiçuma (ou cauim), uma bebida fermentada a partir do milho. Os Salmos de Davi 103:15 diz "fazes brotar plantas úteis ao homem, para que da terra ele tire o pão e o vinho que alegra o coração do homem".




            As bebidas destiladas, entretanto, vieram mais tarde, com os gregos, que registram o processo de obtenção da ácqua ardens. A água que pega fogo - água ardente - aparece nos registros do Tratado da Ciência escrito por Plínio, o velho, que viveu entre os anos 23 e 79 depois de Cristo. Ele conta que apanha o vapor da resina de cedro, do bico de uma chaleira, com um pedaço de lã. Torcendo o tecido obtém-se o Al kuhu. Foi no século X que Avicena - médico, astrônomo e filósofo árabe - descobriu o processo de destilação do material fermentado. A destilação produz um líquido composto em sua maior parte por álcool etílico. A palavra álcool tem origem árabe "Al Kuhul" que curiosamente significa fina poeira referindo-se ao sulfeto de antimônio, cosmético muito usado pelos egípcios. Posteriormente este termo passou a designar qualquer essência como o álcool. Entre o século X e XII, os alquimistas europeus classificaram o produto da destilação como "aqua ardens" literalmente água que pegava fogo, e atribuem a ela propriedades místico-medicinais. A água que ardia posteriormente foi obtida com um maior teor alcoólico e foi chamada de aqua vitae, eau de vie em francês e uisqe beatha em irlandês. Esta água da vida ou quintessência era usada pelos médicos como remédio e receitada como elixir da longevidade. 

         São os árabes que descobrem os equipamentos para a destilação, semelhantes aos que conhecemos hoje. Eles não usam a palavra Al kuhu e sim Al raga, originando o nome da mais popular aguardente da Península Sul da Ásia: Arak. Uma aguardente misturada com licores de anis e degustada com água. Pela força da expansão do Império Romano, a tecnologia de produção espalha-se pelo velho e novo mundo. Na Itália, o destilado de uva fica conhecido como Grappa. Em terras Germânicas, se destila a partir da cereja, o Kirsch. Na Escócia o popular o Whisky, destilado da cevada (ou o milho). No extremo Oriente, a aguardente serve para esquentar o frio das populações que não fabricam o vinho de uva. Na Rússia a Vodka, de centeio. Na China e Japão, o Sakê, de arroz. Portugal também absorve a tecnologia dos árabes e destila a partir do bagaço de uva, a Bagaceira. 

         Com o avanço da ciência os químicos classificaram os álcoois e sua grande família, o álcool etílico é o composto que nos embriaga. A famosa reação de fermentação onde a glicose vira álcool é chamada de reação de Gay Lussac, famoso químico francês. Ele deixou sua marca em cada garrafa pois ao lermos o teor alcoólico usamos a escala que tem seu nome.






            Avancemos um pouco no tempo, estamos no século XVI, período da introdução da cana de açúcar no Brasil. Nos engenhos de cana, o que restava da produção de açúcar era dado aos escravos e aos animais. Este resíduo era a borra do melaço fermentada, conhecida como "vinho de cana". Esta borra é chamada até hoje pelos espanhóis de "cachaza" ou cagassa em português. Alguém teve então a idéia de usar a técnica de Avicena, nesta época já espalhada pela Europa, e destilar este resíduo obtendo um destilado com alto teor alcoólico. Surgia assim a cachaça, a aguardente genuinamente brasileira.

         No mundo inteiro, o homem vem produzindo bebidas destiladas há séculos, cada país, uma matéria prima diferente. A variedade ofertada no mercado é muito grande, para todos os gostos e bolsos. Escolha a sua predileta.

O processo de destilação alcoólica

         A palavra destilação deriva do verbo latino "destillaire", que significa gotejar ou pingar, e é precisamente assim, em pequenas quantidades, que o líquido é obtido pelo processo de destilação (Pot Still).

         O que é o processo de destilação? A transformação de líquidos de fraco teor alcoólico em líquidos de graduação alcoólica mais elevada, assim como a separação do álcool das substâncias fermentadas que o contêm, através do calor.

Tipos de destilação

a ) Patent Still
b ) Pot Still

Patent Still - Conhecido por Processo Contínuo e por Coffey Still. Foi registrado em 1831 pelo irlandês Aeneas Coffey, inspetor do departamento de impostos. Funciona em laboração constante e não requer tanta atenção como o Pot Still. As vantagens deste sistema de destilação são imensas, especialmente a possibilidade de obter grandes quantidades de espírito num curto espaço de tempo e a baixo preço, mas também de inferior qualidade.

Pot Still - Este sistema de destilação foi o primeiro a ser utilizado há centenas de anos. Apesar de estar mais aperfeiçoado é ainda um processo lento. Por esse motivo só se utiliza para produtos de alta qualidade, tais como: Malte Whisky, Irish Whiskeys e a maioria dos tipos de rum escuros. Usa-se também para obter o espírito de retificação utilizado na produção do Gin ou outras aguardentes brancas.

As aguardentes

         As aguardentes são bebidas espirituosas obtidas por fermentação e destilação do mosto das uvas e outras matérias fermentáveis. Em alguns países as aguardentes são conhecidas por "Water of Life", "Fire Water" ou "Eau-de Vie", em latim significa Aqua Vitae.

         Após a destilação as aguardentes são incolores e aromáticas.

Classificam-se da seguinte forma:

Aguardentes Vínicas
Aguardentes de Frutas
Aguardentes de Cereais
Aguardentes de Vegetais


             http://www.gastronomias.com/

Virgínia Brandão é diretora da VB Bureau de Projetos e Textos, agência de marketing integrado especializada em gastronomia, e autora do projeto Correio Gourm@nd do qual é editora e, onde, também, escreve sobre o Mundo Gourmand.  


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

8º Jornada de Odontologia da APCD


          Nós da Cachaçaria Mel na Boca, nos dias 23 a 26 de março 2011, estaremos participando da 8º Jornada dos Dentistas da APCD. Estamos inscritos na feira e estaremos recebendo os participantes no estande da MEL NA BOCA, logo a direita, após a entrada no salão dos expositores.

          Nosso estande será um lugar agradável, onde buscaremos lhe proporcionar uma boa prosa sobre  a etnologia, história e sociologia da famosa aguardente no Brasil. Levaremos a todos e todas, informações sobre o nosso nobre destilado, desde o prelúdio da cachaça até os dias atuais.

          No local, além de degustar a legítima branquinha ou amarelinha brasileira, pura, aguardente de cana, artesanal de alambique, você poderá comprar as cachaças ranquiadas da loja MEL NA BOCA, como também, as Cachaças Premium da loja (foto ao lado). Envelhecidas 2 e 4 anos em tonéis de Carvalho e 1 ano em tonéis de Castanheira Rosa.

          Iremos expor e ovacionar as regiões produtoras de cachaça do Rio de Janeiro, Norte de Minas Gerais, Rio Grande do Norte e claro, de São Paulo.

           Contamos com sua máxima presença,

Oliver Blanco e Luiz Blanco

8ª Jornada de Odontologia promovida pela APCD Regional Ribeirão Preto 
          A APCD Regional Ribeirão Preto promoverá, entre os dias 23 e 26 de março de 2011, a 8ª Jornada de Odontologia da APCD.
           Durante o evento ocorrerão três meetings:  de Ortopedia, Dor e Ortodontia; Implante, Cirurgia e Periodontia; Estética, Prótese e afins. A grade de palestrantes será divulgada em breve.

           Para mais informações, entre em contato com a APCD Regional Ribeirão Preto pelo telefone (16) 3630-0033 ou acessando os sites http://www.jornadaapcd.com.br/Principal e www.apcdrp.org.br.



         

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

PRELÚDIO DA CACHAÇA, Luiz da Câmara Cascudo

CÂMARA CASCUDO, Luis da : Prelúdio da Cachaça. Etnografia, História e Sociologia da aguardente no Brasil. Rio de Janeiro, IAA, 1968; por Tatiana Paiva

* Ementa:

O livro "Prelúdio da Cachaça" foi escrito em Natal em 1967, editado e divulgado pelo Instituto do Açúcar e do Álcool em 1968. É composto por 99 páginas, sendo estas divididas em 17 capítulos, introduzidos pelo prefácio de Claribalte Passos, que define a obra como "admirável Sociologia da Aguardente" (pp.3).

O trabalho do autor é minucioso e preciso recorrendo a materiais, documentos e fontes mais diversificadas possíveis, fazendo uma caminhada "meticulosa e segura pelas estradas do tempo" (pp.4). "O retrospecto histórico é realmente soberbo" (pp.4), como afirma Claribalte Passos observando não só o esforço de Luis da Câmara Cascudo em ser coêrente, mas também reconhecendo a importância do livro em si, que "vem preencher uma enorme lacuna no seio da literatura do gênero" (pp.5).

A tese central pode ser definida por uma viagem folclorica, uma retrospectiva na jornada da aguardente no Brasil, afim de descobrir como surge o custume e a tradição da bebida que "'serve para tudo e mais alguma coisa'" (pp.21). Cascudo pesquisa desde como surgiu o nome Cachaça, até como era vendida, quando era bebida, quem a consumia etc. Sua retrospectiva sobre o assunto nos leva a uma jornada histórica voltando aos tempos coloniais dos canaviais e do tráfico negreiro, mostrando que a aguardente brasileira era bebida, mercadoria e um excelente e disputado presente. Cascudo se propõe a fazer um estudo analisando todas as dimensões da cachaça no Brasil, não fazendo um estudo do "complexo folclore, as aplicações da terapêutica superticiosa, os ritos da consumação plebéia", mas sim "um diagrama do percurso secular" (pp.98), sobre a "água que passarinho não bebe" (pp.3).

- O livro é composto por 17 capítulos:

- Cap. 1: "Abrideira": Comenta sobre o custume do primeiro copo de cachaça, "primeira dança, primeiro prato." (pp.7). "Diz-se também ABRE" (pp.7), contrário de Saideira.

- Cap. 2: "Identificação": Primeiras menções da cachaça, falando dos diversos nomes e possíveis origens destes. Refere-se também sobre a diferênça que a bebida tinha para cada raça (negros, índios e portugueses), colocando em questão a trajetória da cachaça pelo Brasil e as distinções de categorias. Mostra a popularização da aguardente em contraste com o vinho português, dizendo que "A propaganda da cachaça partiu de baixo para cima e de dentro para fora."(pp.37). A importância da bebida para Portugal em relação ao tráfico de escravos e contato com os índios.

- Cap. 3: "Ausência": Relata que no Brasil não existe o culto à bebedeira, "o brasileiro é devoto da cachaça mas não é cachaceiro." (pp.41).

- Cap. 4: "A Profissão": Começo do desenvolvimento dos caniviais.

- Cap. 5: "Exportação": A cachaça atinge um elevado nível de exportação, ficando "logo depois do açúcar, café, fumo e algodão." (pp.47).

- Cap. 6: "Niveladora": Problemas causados pela grande difusão da cachaça e pelo grande consumo (principalmente entre negros e índios).

- Cap. 7: "Bebida de 'Cabra'": Bebida atribuída nem ao negro, nem ao branco mas sim ao Cabra. "Vida de cabra é cachaça" (pp.52)

- Cap. 8: "Técnica": A cachaça se transforma em bebida popular, quase vital em certos lugares e situações, como em relação aos índios. Aquela "penetrou o cerimonial religioso" (pp.58) dos africanos e ultrpassou o consumo do tabaco, do fumo no Brasil e na África principalmente.

- Cap. 9: "Cerimonial": A relação da cachaça com cultos religiosos.

- Cap. 10: "Sinônimos": Expõe a diversidade de termos e os regionalisa.

- Cap. 11: "Coragem": "Há uma tradição de que a cachaça misturada com polvora provoca coragem" (pp.69). A cachaça teria sido utilizada em guerras brasileiras.

- Cap. 12: "Baile": Sobre o "Baile da Aguardente" divulgado por Melo Moraes Filho no Rio de Janeiro em 1902, em bailes pastoris mostrando a grande valorização da bebida.

- Cap. 13: "O Baile da Aguardente": O texto

- Cap. 14: "Cana-Caiana": Processo da cana no Brasil e seus diferentes tipos (Caiana, Preta, Roxa, Fita, Amarela, Pernambuco).

- Cap. 15: "Etiqueta": As bebidas e seus contextos sociais, inclusive a cachaça.

- Cap. 16: "Interlúdio do Fumo": O fumo e a bebida caminham juntos. "Quem bebe, fuma..." (pp.90).

- Cap. 17: "Saideira": Agradecimentos e exposição do objetivo que tentou alcançar.

* Interlocução:              ..._ CONTINUE LENDO AQUI_




Oliver Blanco

"Suco de cana-caiana
  Passado nos alambique,
  pode sê qui prejudique
  mas bebo toda sumana.     ...ditirambo popular. " 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Cachacista

     A melhor informaçao é a que afirma a qualidade. Indicamos a leitura da entrevista e os vídeos de mais um brasileiro especialista em nosso destilado.

     Venha fazer parte desta familia que elegeu a vida e a alegria com nossa bebida encantadora, a cachaça.

l.BLANCO - CACHACISTA DA CACHAÇARIA MEL NA BOCA, RIBEIRÃO PRETO SP.

O Espaço da Cachaça!

     Cachaça, o mais brasileiro dos prazeres...

      A cachaça é a bebida destilada mais consumida no Brasil e a terceira no mundo.

      O site O Cachacista foi concebido para ser o espaço destinado a todos os envolvidos com a cachaça: fornecedores, produtores, engarrafadores, distribuidores, profissionais e apreciadores.
     Reúne informações relevantes sobre a mais brasileira das bebidas, desde o seu surgimento até os dias atuais.

      A Empresa O Cachacista tem o objetivo de prestar serviços de consultoria, assessoria e treinamento, bem como elaborar material didático, manuais, planos de marketing e negócios, implantar sistema integrado de gestão, procedimentos operacionais e também organizar eventos, seminários, palestras, workshops e degustações, tendo como foco a cachaça.

      A palavra O Cachacista é um neologismo criado por Jairo Martins da Silva para designar o "Sommelier da Cachaça" - aquele que orienta os apreciadores na escolha da cachaça que melhor harmoniza com pratos e com o momento.

     Nossa Missão é servir de veículo de comunicação, divulgação e orientação àqueles que interagem com a cachaça, desde o produtor até os apreciadores, passando pela distribuição e pelo serviço, visando sempre contribuir para a melhoria da qualidade e o seu sucesso de posiconamento nos mercados nacional e internacional.

     A nossa Visão é sermos um instrumento neutro de alta credibilidade na intermediação da informação para que a nossa cachaça seja a bebida do século.

     O idealizador

     O Cachacista foi criado em 2008 e é dirigido pelo Professor e Engenheiro Jairo Martins da Silva, que é um dos principais formadores de opinião no segmento da cachaça, no Brasil e no Exterior.
 

Para assistir e conhecer a importância do destilado brasileiro.


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Rótulos de Cachaça em Exposição

          Uma dose extra de cultura brasileira e etílica nos aguarda em fevereiro quando a exposição Carinhosamente Engarrafada: Rótulos de Pinga será aberta, no Instituto Tomie Ohtake*, com cerca de 400 rótulos de aguardente e modelos de pedras litográficas (peças usadas na impressão dos exemplares).

          Cedido pelo designer gráfico e pesquisador carioca Egeu Laus e pela Fundação Joaquim Nabuco, o acervo exibe relíquias criadas por donos de alambiques ou desenhistas das antigas gráficas. Em comum, ambos os tipos de produção recorriam a logos ou a imagens de fundo com cores vibrantes. Outras apostas eram as brincadeiras e trocadilhos com palavras do cotidiano, popularizando sua comunicação com todas as classes de forma bem humorada até os dias de hoje. Curadoria de Milton Cipis, Egeu Laus e da equipe de pesquisa do Instituto. Anote na agenda!

          Abertura para o público: de 10 de fevereiro a 10 de abril de 2011, de terça-feira a domingo, das 11h às 20h – entrada franca. Local, av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés) – Pinheiros SP (11) 2245-1900.

Juliana Alves
Gestora de Comunicação

*A Contexto além de ter sua sede no 24º andar do prédio do Instituto Tomie Ohtake é também parceira da instituição.


Oliver Blanco
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